Sem título, 2021, Colagem de revistas recortadas sobre espelho partido, 21 x 30 cm (cada)
Sem título, 2021, Técnica de transferência com gel medium sobre papel, 29,7 x 21 cm (cada)
Corpografia I, 2021, Spray sobre papel, 100 x 168 cm
Corpografia II, 2021, Spray sobre papel, 100 x 168 cm
Corpografia III, 2021, Spray sobre papel, 100 x 168 cm
Corpografia IV, 2021, Spray sobre papel, 100 x 192 cm
Silhuetas Hesitantes (Frames retirados do vídeo), 2021, Vídeo Digital, 2:17 min (loop)
O projeto “Silhuetas Hesitantes” aborda a nossa relação com o corpo e o modo como as nossas autopercepções são moldadas pela sociedade e pelos média.
Vivemos, cada vez mais, num cibermundo em que a nossa visão está muito condicionada pela forma como as pessoas são retratadas nos meios digitais.
Através de ferramentas digitais como o Photoshop e filtros, a pessoa divide-se em dois: a pessoa real e o holograma sem falhas, concebido através desses programas.
A perceção da nossa aparência pelos outros está constantemente enraizada nas nossas cabeças e, por vezes, pode tornar-se obsessiva e controlar a nossa vida.
Este projeto surge como uma forma de autoexploração e de conseguir transmitir este sentimento que sempre esteve imerso na minha vida.
Comecei as explorações deste projeto com recurso à fotografia, por ser um medium instantâneo.
Usando várias técnicas fotográficas, tentei captar as lentes distorcidas com as quais me vejo.
Primeiramente, decidi fazer um ensaio fotográfico num ambiente sem luz natural, que resultou na sobreposição das imagens com o intuito de representar o corpo distorcido. Através de um processo de transferência de imagens fotográficas, obtive uma série de trabalhos em folhas A4. Tentei que as imagens tivessem diferentes registos entre si, sendo algumas menos nítidas, outras mais contrastadas, outras com mais falhas no próprio processo de impressão.
De seguida, através da colagem, tentei retratar a minha relação com o padrão de beleza inatingível imposto pela sociedade. Para representar a distorção, escolhi o espelho partido como suporte.
Posteriormente, executei novas fotografias através de um filtro, com o qual consegui obter um efeito similar à fotografia slitscan. Estas fotografias resultaram em silhuetas, que ampliei, estiquei e multipliquei de modo a criar as composições que fiz e apresento, aqui, executadas através de spray e máscaras. Há uma certa austeridade cromática nas obras pois achei que a cor seria demasiado distrativa, sendo o foco principal do trabalho a própria distorção do corpo em si. Assim, aparece-nos esta espécie de mapa do qual emergem ilhas, que formam as várias silhuetas do corpo distorcido.
Estas fotografias também resultaram num vídeo multiplicado por vários mosaicos, no qual as silhuetas das imagens se fundem entre si, num loop infinito, formando novas composições a cada segundo. O som que acompanha o vídeo consiste na distorção da palavra 'corpo' que se estende ao longo do vídeo.
Silhuetas Hesitantes
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